Pessoas idosas em alguns momentos podem ser vitimas de um tipo de discriminação ainda pouco reconhecido pela maioria da população. Esta forma de preconceito não está associada ao sexo, cor ou nível socioeconômico do individuo, mas sim com sua idade.
O Ageismo (ageism) é o preconceito que atinge determinados grupos etários, e em especial os idosos. O termo cunhado em 1969 pelo psicólogo americano Robert Butler vem sendo utilizado para descrever certas atitudes adotadas por familiares, amigos, profissionais e até mesmo pelo Estado ao se relacionarem com os idosos.
Muitas vezes, as atitudes “ageistas” não são agressivas e elas podem vir até mesmo daquela pessoa que insiste para o idoso sentar no banco do ônibus, quando na verdade ele quer ficar em pé. Também podem ocorrer em casa, quando o filho ou neto, em seguidas demonstrações de afeto, realiza todas as atividades do lar para o idoso porque “o senhor já trabalhou muito”.
Outro ambiente onde, também com boas intenções, surgem diversas práticas ageistas, é nos serviços de saúde. É relativamente comum, presenciarmos profissionais tratarem os pacientes idosos não fossem adultos e que, na maior parte das vezes, têm plenas condições de se comunicarem e responderem por si mesmos. Todos os dias vemos profissionais que infantilizam os idosos, adotando termos como “vózinha”; “meu bebê” entre outros.
Mas como podemos, mesmo que bem intencionados, não adotarmos esse tipo de prática?
Ao pensarmos na família e sociedade, qualquer mudança de comportamento é bastante complexa, por isso acreditamos que, para que o idoso seja tratado com o respeito devido, o exemplo deve vir do profissional que lida diretamente ele e sua família.
Apesar do Brasil contar com um grande número de cursos de Medicina (150 ao todo), ainda é muito baixo o número de cursos de especialização e pós-graduação em Geriatria. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o país conta com pouco mais de 20 cursos de pós-graduação e apenas 61 vagas de residência na área.
Possivelmente a baixa oferta de cursos seja consequência do fato de que o envelhecimento no Brasil seja um evento relativamente novo, e com isso, o recém formado em um curso de Medicina ainda não se sinta atraído pela área, uma vez que tem dificuldades de projetar o mercado de trabalho e as inúmeras oportunidades de ganho financeiro que poderá ter no exercício da profissão: É preciso certo amadurecimento cultural e alguma visão de mercado para se dar conta que ainda que recente no Brasil e em demais países de renda média, o envelhecimento populacional é um fenômeno acelerado e irreversível e que implica em novas demandas em diversas áreas como saúde, economia e social.
Os poucos profissionais que se interessam pela área devem abraçar a causa e lutar para que o ageismo e qualquer outro preconceito, velado ou não, não tomem conta de seus comportamento de rotina e demostrarem para a sociedade que a velhice não é nada além do que o futuro de cada um de nós.
Fonte: http://coisadevelho.com.br/voce-sabe-o-que-e-ageismo/